quinta-feira, 3 de setembro de 2009
às
10:53
|
0
comentários
Desenvolvedor:Climax Studios
Distribuidor:Konami
Gênero:Ação/Plataforma/Terror
Lançamento: 13 de outubro de 2009
Faixa etária: Recomendado para maiores de 17 anos.
Silent Hill: Shattered Memories é uma recriação do primeiro game da franquia homônima, que estreou no saudoso PlayStation, exclusiva para Nintendo Wii. A história é praticamente a mesma, mas vista sob uma perspectiva distinta.
O jogador assume novamente o papel de Harry Mason, um cidadão que chega à Silent Hill para procurar por Cheryl, sua filha adotiva. Alguns elementos familiares da versão original estarão presentes, mas com um visual distorcido. Além disso, os personagens agora terão papeis diferentes e os eventos não ocorrem da mesma maneira.
A famosa Silent Hill ainda exerce seu papel de protagonista no game. O jogo observa você constantemente, e seu comportamento pode determinar o momento de encontro com outros personagens, assim como a ordem de ocorrência das cenas e diversos outros fatores. Fora isso, você não terá de retornar diversas vezes a um mesmo local para resolver quebra-cabeças, algo comum nos primeiros jogos.
Quanto à jogabilidade, Shattered Memories usufrui de maneira decente dos controles da plataforma. Para controlar a lanterna, o jogador tem de apontar o Wii Remote. Como direcional analógico Nunchuk, você movimenta Harry e interage com o controle remoto.
Outro fator interessante é o uso do Wii Remote como celular e rádio. Os ruídos de estática, característica do game que identifica a presença de inimigos, são reproduzidos através do alto-falante do controle, ampliando a sensação de realismo. Contudo, o sistema de combate foi retirado, e tudo que o jogador pode fazer para fugir dos monstros é saltar através de janelas, escalar muros e derrubar portas — com o botão Z.
Com Silent Hill: Shaterred Memories, a desenvolvedora Climax Studios parece disposta a dar um novo significado ao rótulo “survival horror”. Afinal, no que consiste um survival horror? Uma sequência predefinida de eventos mais ou menos assustadores — ligados por uma trama às vezes criativa, outras vezes nem tanto assim —, alguns diriam.
Mas, o que acontece quando uma nova dimensão psicológica entre em cena? Quando o jogo passa a considerar você, o jogador, como parte integrante e determinante dos eventos desencadeados na trama? Possivelmente, o mais próximo que se chegou disso até hoje foi com o icônico Psycho Mantis e sua assustadora habilidade de ler memory cards — o que pegou muita gente de surpresa na época.
Bem, é mais ou menos essa a ideia em Shattered Memories. Silent Hill agora não é apenas uma cidade pacata e deserta. Ela também passa a ser agora maquiavélica, tramando o próximo passo da história com base nas suas decisões e atitudes, de forma que possa explorar os seus maiores temores. Exatamente, os “seus” maiores temores, não os de Harry Mason.
Silent Hill quer conhecê-lo melhor...
Conforme você já deve ter lido na prévia anterior do Baixaki Jogos, tudo começa em um calmo divã, onde Harry Mason busca ajuda pela enésima vez para lidar com os acontecimentos daquele dia fatídico. Mas o seu atual analista promete que tudo será diferente dessa forma.
Inicialmente, você responde então um questionário revelando tendências e escolhas morais. Isso realmente não está aí por acaso. Trata-se da primeira consulta que o jogo faz à sua psique, às suas preferências. Com base nisso, alguns primeiros momentos do jogo serão então projetados tendo em vista especificamente a sua personalidade.
Mas não fica só nisso. Cada atitude, cada pequena nuance comportamental vai constantemente dirigir cada pequena dimensão do jogo na direção que você — consciente ou inconscientemente — definir. Mesmo os monstros exibidos durante a história sofrerão mudanças consideráveis com base nas suas escolhas.
Outro exemplo: um simples barulho faz com que você movimente desesperadamente o ângulo de visão de Harry para se proteger do que quer que seja? Isso pode dizer ao jogo que você é particularmente impressionável, e que uma boa ideia seria apostar em mais barulhos misteriosos e outros elementos clássicos de filmes de terror.
Entretanto, caso você não reaja de forma tão exagerada, provavelmente o jogo vai entender que o seu personagem está mais particularmente interessado na história do jogo do que em se impressionar facilmente com o ambiente. Quer dizer, o jogo sempre escolherá aquilo que, aparentemente, mais é capaz de assustá-lo ou impressioná-lo. Você se assusta com pessoas bêbadas que subitamente tornam-se violentas? Existe uma boa possibilidade de algo assim aparecer no jogo.
Bem-vindo ao caos da sua própria mente!
Ao longo da trama, o seu analista ainda aparecerá várias vezes. Mas nem tudo aqui são questionários. Vários testes também serão utilizados para traçar o seu perfil psicológico aproximado, como o clássico teste Rorschach (em que se deve identificar algo no que aparentemente é apenas um punhado de manchas de tinta).
Você ainda terá que colorir e organizar figuras em determinados momentos. É claro, o analista não aparece aqui apenas para fazer mais e mais testes para conhecê-lo e poder assustá-lo de forma mais eficiente. Ele também aparece para deixar bem claro que tudo o que se passa está na cabeça de Harry — o que pode tornar as coisas ainda mais assustadoras, é claro.
Embora alguns efeitos desencadeados pelas suas escolhas sejam um tanto sutis, como mudanças de cor em estruturas do cenário, outras serão bem mais evidentes. Logo no início do jogo, por exemplo, o protagonista encontra uma policial. Dependendo das suas escolhas, essa policial pode atendê-lo de forma extremamente educada e solícita, ou encarnar uma verdadeira megera e mandá-lo imediatamente embora da cidade. Novamente, suas escolhas.
Conforme nós já mencionamos na prévia anterior, até mesmo o local em que você encontrará a policial pode ser inteiramente diferente. Um bar, um restaurante, ou o que quer que seja. Depende unicamente da forma como o jogo avalia as suas decisões.
Mas não são apenas os cenários que respeitam essa lógica de criação. Até mesmo os seus algozes no jogo, os monstros, vão constantemente se manifestar e evoluir de acordo com os seus traços. Exemplo: caso o seu perfil mostre uma orientação particularmente sexual, a possibilidade é grande de que você acabe se deparando principalmente com monstros advindos de Silent Hill 2.
Shattered Memories é realmente uma nova forma de se jogar Silent Hill. Quer dizer, mesmo jogadores mais calejados da franquia vão encontrar aqui um ambiente pouco ou quase nada previsível, já que tudo é construído de forma personalizada.
Isso acaba acarretando em outro ponto positivo para a incursão de Silent Hill no Wii: a longevidade. Quer dizer, se para cada perfil psicológico corresponde uma trama potencialmente distinta, então o que pode acontecer caso eu mude minhas escolhas, mostrando ser um sujeito mais intimista ou mesmo afirmando que eu traia minha mulher? É mais ou menos por aí.
No mais, tem-se ainda um belo trabalho da Climax Studios com os controles sensíveis do Wii. Longe de tentar algo pitoresco e inesperado, a softhouse parece fazer um bom uso dos adereços do Wii com utilizações intuitivas e simples, com a lanterna e mesmo o bom e velho rádio de Harry — que agora emite sons diretamente no alto-falante do Wiimote.
Distribuidor:Konami
Gênero:Ação/Plataforma/Terror
Lançamento: 13 de outubro de 2009
Faixa etária: Recomendado para maiores de 17 anos.
Silent Hill: Shattered Memories é uma recriação do primeiro game da franquia homônima, que estreou no saudoso PlayStation, exclusiva para Nintendo Wii. A história é praticamente a mesma, mas vista sob uma perspectiva distinta.
O jogador assume novamente o papel de Harry Mason, um cidadão que chega à Silent Hill para procurar por Cheryl, sua filha adotiva. Alguns elementos familiares da versão original estarão presentes, mas com um visual distorcido. Além disso, os personagens agora terão papeis diferentes e os eventos não ocorrem da mesma maneira.
A famosa Silent Hill ainda exerce seu papel de protagonista no game. O jogo observa você constantemente, e seu comportamento pode determinar o momento de encontro com outros personagens, assim como a ordem de ocorrência das cenas e diversos outros fatores. Fora isso, você não terá de retornar diversas vezes a um mesmo local para resolver quebra-cabeças, algo comum nos primeiros jogos.
Quanto à jogabilidade, Shattered Memories usufrui de maneira decente dos controles da plataforma. Para controlar a lanterna, o jogador tem de apontar o Wii Remote. Como direcional analógico Nunchuk, você movimenta Harry e interage com o controle remoto.
Outro fator interessante é o uso do Wii Remote como celular e rádio. Os ruídos de estática, característica do game que identifica a presença de inimigos, são reproduzidos através do alto-falante do controle, ampliando a sensação de realismo. Contudo, o sistema de combate foi retirado, e tudo que o jogador pode fazer para fugir dos monstros é saltar através de janelas, escalar muros e derrubar portas — com o botão Z.
Com Silent Hill: Shaterred Memories, a desenvolvedora Climax Studios parece disposta a dar um novo significado ao rótulo “survival horror”. Afinal, no que consiste um survival horror? Uma sequência predefinida de eventos mais ou menos assustadores — ligados por uma trama às vezes criativa, outras vezes nem tanto assim —, alguns diriam.
Mas, o que acontece quando uma nova dimensão psicológica entre em cena? Quando o jogo passa a considerar você, o jogador, como parte integrante e determinante dos eventos desencadeados na trama? Possivelmente, o mais próximo que se chegou disso até hoje foi com o icônico Psycho Mantis e sua assustadora habilidade de ler memory cards — o que pegou muita gente de surpresa na época.
Bem, é mais ou menos essa a ideia em Shattered Memories. Silent Hill agora não é apenas uma cidade pacata e deserta. Ela também passa a ser agora maquiavélica, tramando o próximo passo da história com base nas suas decisões e atitudes, de forma que possa explorar os seus maiores temores. Exatamente, os “seus” maiores temores, não os de Harry Mason.
Silent Hill quer conhecê-lo melhor...
Conforme você já deve ter lido na prévia anterior do Baixaki Jogos, tudo começa em um calmo divã, onde Harry Mason busca ajuda pela enésima vez para lidar com os acontecimentos daquele dia fatídico. Mas o seu atual analista promete que tudo será diferente dessa forma.
Inicialmente, você responde então um questionário revelando tendências e escolhas morais. Isso realmente não está aí por acaso. Trata-se da primeira consulta que o jogo faz à sua psique, às suas preferências. Com base nisso, alguns primeiros momentos do jogo serão então projetados tendo em vista especificamente a sua personalidade.
Mas não fica só nisso. Cada atitude, cada pequena nuance comportamental vai constantemente dirigir cada pequena dimensão do jogo na direção que você — consciente ou inconscientemente — definir. Mesmo os monstros exibidos durante a história sofrerão mudanças consideráveis com base nas suas escolhas.
Outro exemplo: um simples barulho faz com que você movimente desesperadamente o ângulo de visão de Harry para se proteger do que quer que seja? Isso pode dizer ao jogo que você é particularmente impressionável, e que uma boa ideia seria apostar em mais barulhos misteriosos e outros elementos clássicos de filmes de terror.
Entretanto, caso você não reaja de forma tão exagerada, provavelmente o jogo vai entender que o seu personagem está mais particularmente interessado na história do jogo do que em se impressionar facilmente com o ambiente. Quer dizer, o jogo sempre escolherá aquilo que, aparentemente, mais é capaz de assustá-lo ou impressioná-lo. Você se assusta com pessoas bêbadas que subitamente tornam-se violentas? Existe uma boa possibilidade de algo assim aparecer no jogo.
Bem-vindo ao caos da sua própria mente!
Ao longo da trama, o seu analista ainda aparecerá várias vezes. Mas nem tudo aqui são questionários. Vários testes também serão utilizados para traçar o seu perfil psicológico aproximado, como o clássico teste Rorschach (em que se deve identificar algo no que aparentemente é apenas um punhado de manchas de tinta).
Você ainda terá que colorir e organizar figuras em determinados momentos. É claro, o analista não aparece aqui apenas para fazer mais e mais testes para conhecê-lo e poder assustá-lo de forma mais eficiente. Ele também aparece para deixar bem claro que tudo o que se passa está na cabeça de Harry — o que pode tornar as coisas ainda mais assustadoras, é claro.
Embora alguns efeitos desencadeados pelas suas escolhas sejam um tanto sutis, como mudanças de cor em estruturas do cenário, outras serão bem mais evidentes. Logo no início do jogo, por exemplo, o protagonista encontra uma policial. Dependendo das suas escolhas, essa policial pode atendê-lo de forma extremamente educada e solícita, ou encarnar uma verdadeira megera e mandá-lo imediatamente embora da cidade. Novamente, suas escolhas.
Conforme nós já mencionamos na prévia anterior, até mesmo o local em que você encontrará a policial pode ser inteiramente diferente. Um bar, um restaurante, ou o que quer que seja. Depende unicamente da forma como o jogo avalia as suas decisões.
Mas não são apenas os cenários que respeitam essa lógica de criação. Até mesmo os seus algozes no jogo, os monstros, vão constantemente se manifestar e evoluir de acordo com os seus traços. Exemplo: caso o seu perfil mostre uma orientação particularmente sexual, a possibilidade é grande de que você acabe se deparando principalmente com monstros advindos de Silent Hill 2.
Shattered Memories é realmente uma nova forma de se jogar Silent Hill. Quer dizer, mesmo jogadores mais calejados da franquia vão encontrar aqui um ambiente pouco ou quase nada previsível, já que tudo é construído de forma personalizada.
Isso acaba acarretando em outro ponto positivo para a incursão de Silent Hill no Wii: a longevidade. Quer dizer, se para cada perfil psicológico corresponde uma trama potencialmente distinta, então o que pode acontecer caso eu mude minhas escolhas, mostrando ser um sujeito mais intimista ou mesmo afirmando que eu traia minha mulher? É mais ou menos por aí.
No mais, tem-se ainda um belo trabalho da Climax Studios com os controles sensíveis do Wii. Longe de tentar algo pitoresco e inesperado, a softhouse parece fazer um bom uso dos adereços do Wii com utilizações intuitivas e simples, com a lanterna e mesmo o bom e velho rádio de Harry — que agora emite sons diretamente no alto-falante do Wiimote.
Postado por
Hydra Jogos
